318
Algumas vezes, depois da Comunhão, sinto a presença de Deus de maneira especial, sensível. Sinto que Deus está no meu coração. E o fato de O sentir na alma em nada me impede o cumprimento das minhas obrigações; mesmo quando estou resolvendo os assuntos mais importantes, que exigem atenção, não perco a presença de Deus na alma e estou intimamente unida com Ele. Com Ele vou ao trabalho, com Ele vou para o recreio, com Ele sofro, com Ele me alegro, vivo n`Ele e Ele em mim. Nunca estou sozinha, porque Ele é meu companheiro constante. A nossa convivência é íntima, pela união do sangue e da vida...
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Adoração Noturna nas quintas-feiras. Fiz a adoração das onze à meia-noite. Oferecia-a pela conversão dos pecadores endurecidos, especialmente por aqueles que perderam a esperança na misericórdia de Deus. Refletia quanto Deus sofreu e que grande amor nos demonstrou, e nós não cremos que Ele nos ame tanto. Ó Jesus, quem o compreenderá? Que grande dor para o nosso Salvador! E com que nos convencerá do Seu amor, se a própria morte não o conseguiu? Convoquei todo o Céu para que, juntamente comigo, desagravasse o Senhor por essa ingratidão de algumas almas.
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Jesus deu-me a conhecer como Lhe é agradável a oração reparadora, dizendo-me: A oração da alma humilde e amante desarma a ira de Meu Pai e alcança um mar de bençãos. Terminada a adoração, na metade do caminho para a cela, fui cercada por uma multidão de cães negros e grandes, que pulavam e uivavam, querendo despedaçar-me. Percebi que não se tratava de cães, mas de demônios. Um deles disse com raiva: ¨Por nos teres arrebatado, esta noite, tantas almas, te faremos em pedaços.¨ Respondi: ¨Se essa for a vontade de Deus misericordiosíssimo, podem despedaçar-me, pois eu o mereci com justiça, porque sou a mais miserável dos pecadores, e Deus, sempre santo, justo e infinitamente misericordioso.¨ A essas palavras os demônios responderam todos juntos: ¨Fujamos, porque não está sozinha, mas com ela esta o Onipotente!¨E desapareceram do meu caminho como o pó, como o ruído da estrada. E eu, tranquila, terminando o Te-Deum, ia para a cela refletindo sobre a infinita e incomensurável misericórdia de Deus.
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Súbita fraqueza - sofrimento letal. Não era a morte, ou seja, a passagem para a vida verdadeira, mas como que um antessabor dos seus sofrimentos. É terrível a morte, embora nos dê a vida eterna. De repente senti-me mal: com dificuldade em respirar, minha vista escureceu, experimentando o torpor nos membros - é terrível essa sufocação. Um momento dessa sufocação é sobremaneira longo... também apoderou-se de mim um estranho temor, apesar da confiança. Desejava os últimos Santos Sacramentos, mas embora me quisesse confessar, era-me extremamente difícil. A gente não sabe o que diz, começa uma coisa, antes de terminar outra. Oh! que Deus livre toda alma do adiamento da confissão para a última hora. Conheci a grande força das palavras do sacerdote, que desce sobre a alma do doente. Quando perguntei ao diretor espiritual se estou para me apresentar diante de Deus e se posso ficar tranquila, recebi a resposta: ¨Podes ficar inteiramente tranquila, não somente agora, mas depois de cada confissão semanal.¨Grande é a graça de Deus que acompanha essas palavras do sacerdote. A alma sente força e coragem para a luta.
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