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Segredo da alma. Vilna 1934
Uma vez, quando o confessor mandou que eu perguntasse a Jesus o que significavam aqueles dois raios na Imagem, respondi-lhe: ¨Muito bem, perguntarei ao Senhor.¨
Durante a oração ouvi estas palavras interiormente: Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia, quando na Cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança. Estes raios defendem as almas da ira do Meu Pai. Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus. Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a Festa da Misericórdia.
300
Pede ao Meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que, nesse dia, se aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das culpas e penas.
A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar com confiança, para a Minha misericórdia.
Oh! Como Me fere a incredulidade da alma! Essa alma confessa que sou Santo e Justo e não crê que sou Misericórdia, não acredita na Minha bondade. Até os demônios respeitam a Minha justiça, mas não creem na Minha bondade.
Alegra-se o Meu Coração com esse título da Misericórdia.
301
Diz que a Misericórdia é a maior atributo de Deus. Todas as obras das Minhas mãos são coroadas pela misericórdia.
302
Ó Amor Eterno, desejo que Vos conheçam todas as almas que criastes. Gostaria de me tornar sacerdote, pois, então, falaria sem cessar da Vossa misericórdia às almas pecadores, mergulhadas no desespero. Desejaria ser um missionário e levar a luz da fé aos países selvagens, para Vos dar a conhecer às almas e, imolando-me inteiramente por elas morrer como mártir, como Vós ser sacerdote, missionário, pregador, mesmo mártir, pelo total despojamento e abnegação de mim mesma por amor a Vós, Jesus, e às almas imortais.
303
Um grande amor consegue transformar coisas pequenas em coisas grandes e só ele dá valor às nossas ações; quanto mais puro se tornar o nosso amor, tanto menos o fogo dos sofrimentos terá de purificar em nós, e o sofrimento deixará de ser sofrimento para nós, convertendo-se até em delícia. Pela graça de Deus agora recebi uma tal disposição de coração, que nunca sou tão feliz, como quando sofro por Jesus, a Quem amo com cada pulsar do coração.
Um dia, ao passar por um grande sofrimento, deixei o meu trabalho e fui ter com Jesus, pedindo que me concedesse Sua força. Depois de uma breve oração, voltei ao trabalho cheia de entusiasmo e alegria. Então, disse-me uma das Irmãs: ¨Decerto, a irmã tem hoje muitos consolos, porque está tão radiante. Deus certamente não está dando à Irmã nenhum sofrimento, mas apenas consolos.¨Respondi: ¨A Irmã está muito enganada, porque justamento quando sofro muito, também a minha alegria é menor. ¨ Mas essa alma deu-me a entender que não me compreendia nesse particular. Procurava explicar-lhe que, quando sofremos muito, temos uma grande oportunidade de demonstrar a Deus que O amamos, e quando sofremos pouco, então temos pouca possibilidade para demonstrar a Deus o nosso amor, e quando não sofremos nada, então o nosso amor, e quando não sofremos nada, podemos chegar (ao ponto) de o nosso sofrimento transformar-se em deleite, porque o amor sabe fazer tais coisas nas almas puras.
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