Página 83 Versos 175 a 178

175
Quando me afastei do confessionário, uma alegria extraordinária inundou a minha alma, e tanto que me afastei para um lugar separado no jardim, para me esconder das Irmãs e permitir que o coração se derramasse inteiramente em Deus. A presença de Deus  penetrou-me de súbito e, por um instante todo o meu ntada mergulhou em Deus. Nesse momento senti, ou melhor discerni, as Três Pessoas Divinas que residem em mim, e experimentei na alma uma paz tão grande, que eu mesma muito me admirei como pudera inquietar-me tanto.
176
Propósito: Fidelidade às inspirações interiores, por mais que isso me custe. Não fazer nada sozinha, sem se entender antes com o confessor.
177
Renovação dos votos. Manhã cedo, mal me acordei, logo todo o meu espírito mergulhou em Deus, nesse oceano de amor. Sentia que estava toda imersa n´Ele. Durante a Santa Missa, o meu amor para com Ele atingiu uma maior intensidade. Depois da renovação dos votos e da Santa Comunhão vi, de repente, o Senhor que me disse benignamente. Minha filha, olha para o Meu Coração Misericordioso. Quando fixei o meu olhar nesse Coração Sacratíssimo, saíram d´Ele os mesmos raios que estão na Imagem-como  a Sangue e àgua - e compreendi como é grande a misericórdia do Senhor. E novamente disse Jesus com bondade: Minha filha, fala aos sacerdotes dessa Minha insondável misericórdia. Queimam-Me as chamas da misericórdia, quero derramá-las sobre as almas, e as almas não querem acreditar na Minha bondade. De repente, Jesus desapareceu. Contudo, durante todo esse dia, o meu espírito manteve-se mergulhado na sensível presença de Deus, apesar da algazarra e das conversas que normalmente ocorrem depois do retiro. Tudo isso em nada me perturbava, O meu espírito estava em Deus, mesmo que exteriormente participasse nas conversas, e até tivesse ido visitar Derdy.
178
Hoje começamos a terceira provação. Reunimo-nos as três com a Madre Margarida, porque as outras Irmãs tiveram a terceira provação na casa do noviciado. A Madre Margarida começou com uma oração, e esclarecendo em que consiste a terceira provação, lembrou quão grande é a graça dos votos perpétuos. De repente, comecei a chorar alto; os olhos da minha alma viram imediatamente todas as graças divinas, reconhecendo-me tão miserável e ingrata diante de Deus. As Irmãs começaram a censurar-me por causa disso; no entanto, a madre Mestra defendeu-me e disse que não se admirava.
Passada a hora, fui diante do Santíssimo Sacramento e como a maior miséria e nada, pedia-Lhe a misericórdia, para que se dignasse curar e purificar a minha pobre alma. Então ouvi estas palavras: Minha filha, todas as tuas misérias foram consumidas no fogo do Meu amor, como uma palha lançada num enorme braseiro. E com esta humilhação estás atraindo sobre ti e sobre outras almas todo o mar da Minha misericórdia. E respondi: ¨Jesus formai o meu pobre coração de acordo com o Vosso divino agrado.¨


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