Pag. 26 Verso 24 Provação e Desespero

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Um dia, logo depois de acordar, quando me coloquei na presença de Deus, o desespero começou a tomar conta de mim. Eram as mais profundas trevas da alma. Lutei como pude até o meio-dia.
À tarde, tomaram conta de mim temores verdadeiramente mortais, e as forças físicas começaram a abandonar-me. Depressa entrei na cela, pus-me de joelhos diante do Crucifixo e comecei a pedir misericórdia. Contudo, Jesus não escutava os meus rogos. E, ao sentir que as forças me abandonavam por completo, deixei-me cair no chão. O desespero tomou conta de toda a minha alma. Estava sofrendo tormentos verdadeiramente infernais, que decerto em nada se diferenciava dos tormentos do inferno. Nesse estado, permaneci três quartos de hora. Queria ir falar com a Mestra- não tinha forças. Queria gritar- estava sem voz, mas por sorte uma das irmãs entrou na cela. Quando me viu num estado estranho, logo avisou a Mestra. A Madre veio de imediato. Logo que entrou na cela pronunciou estas palavras: ¨Em nome da santa obediência, ordeno-lhe que se levante! Imediatamente, uma força misteriosa levantou-me do chão e pus-me de pé ao lado da querida Mestra, (10) Numa conversa cordial explicava-me que se tratava de uma prova de Deus: ¨A Irmã deve ter sempre grande confiança; Deus é sempre Pai mesmo na provação.¨ Voltei aos meus afazeres como se tivesse saído do túmulo. Os sentidos impregnados daquilo que se havia passado na minha alma. Durante as devoções da tarde, a minha alma começou a agonizar numa escuridão terrível, sentia que estava sob  o poder da justiça de Deus e era objeto da Sua cólera. Nesses momentos terríveis disse a Deus: _ ¨Jesus, que Vós comparais no Santo Evangelho à mãe mais carinhosa, confio nas Vossas palavras, porque Vós sois a Verdade e a Vida. Jesus, eu confio em Vós contra toda a esperança, apesar de todos os sentimentos que tenho dentro de mim e que se opõem à esperança. Fazei de mim o que quiserdes, que não me afastarei de Vós, porque Vós sois a fonte da minha vida.¨Como é terrível esse sofrimento da alma; poderá compreende-lo apenas aquele que viveu semelhantes momentos.


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