Pagina 44 Verso Diário 77


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Trevas e tentações
A minha mente estava estanhamente obscurecida;nenhuma verdade me parecia clara.Quando me falavam de Deus, o meu coração era como uma pedra. Não podia extrair do coração um só sentimento de amor para com Ele.Quando procurava, por um ato de vontade, permanecer com Deus, experimentava tormentos enormes e parecia-me que com isso estava provocando uma ira maior de Deus. Não podia absolutamente meditar como meditava antigamente. Sentia um grande vazio na minha alma e nada havia que a pudesse preencher. Comecei a sofrer fome e ânsia de Deus, mas reconhecia a minha total incapacidade mas também isso era em vão; não entendia coisa alguma do que lia. Diante dos olhos da minha alma estava continuamente sempre maiores tormentos e tentações. Algumas vezes, lutava durante toda a Santa Missa com pensamentos blasfemos, que insistiam em vir-me à boca. Não me sentia atraída pelos Santos Sacramentos. Parecia-me não tirar nenhum proveito deles. Recebia-os apenas por obediência ao confessor, e essa obediência cega era para mim o único caminho pelo qual devia caminhar, a tábua da salvação. O sacerdote me explicava que se tratava de provações que vinham de Deus e que, ¨no estado em que tu te encontras, não só não O estás ofendendo, mas és tu muito agrádavel a Ele.¨; ¨é sinal de que Deus te ama imensamente e confia muito em ti, quando te envia tais provações. Contudo, essas palavras absolutamente não me consolavam, e parecia-me que elas absolutamente não sem  aplicavam a mim. Uma coisa me surpreendia: acontecia algumas vezes que, quando eu sofria terrivelmente, no momento em que me dirigia para a Santa Confissão, de repente, esses terríveis tormentos, mas quando me afastava do confessionário todos esses tormentos me atacavam com uma fúria ainda maior. Então eu caía de bruços no chão diante do Santíssimo Sacramento e repetia estas palavras: ¨Ainda que me mateis, eu confiarei em Vós. Parecia-me que agonizava nessas dores. Um dos pensamentos mais terríveis para mim era o de ser rejeitada por Deus. E depois vinham outros pensamentos: Por que hei de me esforçar por virtudes e boas obras? Por que hei de me mortificar e me despojar? - Por que fazer votos? - Por que rezar? Por que sacrificar-me a cada passo? Para que, se sou rejeitada por Deus? Qual o fim de todos esses esforços? Em tudo isso, só Deus sabe o que se passava no meu coração.

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