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(39) Resumo do Catecismo sobre os votos religiosos
P. O que é o voto?
R. O voto é uma promessa voluntária, feita a Deus, de realizar a ação mais perfeita.
P. O voto obriga em coisas ordenadas pelos mandamentos?
R. Sim. A realização da ação em coisas ordenadas pelos mandamentos é de dúplice valor e mérito, enquanto sua negliglência é uma dupla transgressão e maldade, porque, quando se transgride o voto, se acrescenta então ao pecado contra o mandamento ainda o pecado do sacrilégio.
P. Por que os votos religiosos têm valor tão elevado?
R. Porque constituem o fundamento da vida religiosa, aprovada pela Igreja, na qual os membros, unidos numa sociedade religiosa, se comprometem a buscar incessantemente a perfeição através dos três votos religiosos: da pobreza, castidade e obediência, de acordo com as regras.
P. O que significa buscar a perfeição?
R. Buscar a perfeição significa que o estado religioso por si só não exige perfeição já adquirida, mas obriga, sob pena de pecado, ao trabalho diário para consegui-la. Portanto, o religioso que não queira aperfeiçoar-se negligencia a principal obrigação do seu estado.
P. O que são votos religiosos solenes?
R. Os votos religiosos solenes são tão estritos que, apenas em casos extraordinários, só o próprio Santo Padre pode dispensá-los.
P. O que são votos simples?
R. São votos menos rigorosos. Dos perpétuos e anuais dispensa a Santa Sé.
(40) P. Quail é a diferença entre o voto e a virtude?
R. O voto abrange apenas o que é ordenado sob pena de pecado, ao passo que a virtude se eleva mais alto e facilita o cumprimento do voto. E ao contrário, transgredindo o voto, comete-se falta contra a virtude e fere-se a mesma.
P. A que obrigam os votos religiosos?
R. Os votos religiosos obrigam a buscar as virtudes e a total submissão aos Superiores e ás Regras, em virtude do que o religioso entrega a sua pessoa à Ordem, renunciando a todos os direitos sobre si Próprio e ás suas atividades, que dedica ao serviço divino.

Do voto de Pobreza

O voto de pobreza é a espontânea renúncia ao direito à propriedade, ou ao seu uso, com objetivos de agradar a Deus.
P. Que bens estão relacionados com  o voto da pobreza?
R. Todos os bens e objetos pertencentes à Congregação. Não se tem direito ao que foi dado, coisas ou dinheiro, desde que tenha sido aceito. Todos os donativos ou presentes a título de gratidão ou outro, pertencem à Congregação. Quaisquer ganhos pelo trabalho, ou mesmo rendas, não podem ser utilizados sem violar o voto.
P. Quando se transgride ou viola o voto segundo o sétimo mandamento?
Transgride-se quando, sem permissão, alguém se apodera, para si ou para outros, de uma coisa pertencente à casa. Quando se retêm alguma coisa sem permissão, com objetivo de apoderar-se dela. Quando, sem autorização, se vende ou se troca alguma coisa pertencente à Congregação. Quando se utiliza uma coisa para outro fim, que não o indicado pelas Superioras, ou quando se dá a alguém, ou se aceita sem licença. Quando, por negliglência, destrói-se ou estraga alguma coisa. Quando, transferindo-se de uma casa a outra, leva-se alguma coisa sem permissão. Nos casos de transgressão do voto da pobreza, o religioso (41) é igualmente obrigado à restituição à Congregação.

Da Virtude de Pobreza
  
É uma virtude evangélica que obriga o coração a desprender-se dos apegos às coisas temporais; a ela, o religioso, em virtude da profissão, está estritamente obrigado.

P. Quando se peca contra a virtude da pobreza?
R. Quando se desejam coisas contrárias a essa virtude. Quando se tem apego a alguma coisa, quando se usa de coisas supérfluas.
P. Quantos e quais são os graus de pobreza?
R. Praticamente, são quatro os graus de pobreza na profissão. Não dispor de algo independente dos superiores (matéria estrita de voto). Evitar o supérfluo, contentar-se com as coisas indispensáveis (constitui a virtude). De boa vontade dar preferência às coisas piores, e isto com satisfação interior tais como a cela, o vestuário, a alimentação, etc. Alegrar-se com a indigência.

Do voto de Castidade
P. A que obriga esse voto?
R. A renunciar ao casamento e a evitar tudo que seja proibido pelo sexto ou pelo nono mandamento.
P. A falta contra a virtude é violação do voto?
R. Toda a falta contra a virtude é ao mesmo tempo violação do voto, porque aqui não existe a diferença entre o voto e a virtude como na pobreza ou na obediência.
P. Todo mau pensamento é pecaminoso?
R. Nem todo mau pensamento é pecaminoso, mas torna-se tal quanto à consideração da mente une-se a aquiescência da vontade e o consentimento.
P. Além dos pecados contrários à  pureza, existe alguma coisa que traz prejuízo à virtude?
R. Traz prejuízo à virtude a dissipação dos sentidos e da imaginação e a liberdade dos sentimentos, a familiaridade e as amizades particulares.
P. Quais são as maneiras de preservar a virtude?
R. Subjugar as tentações interiores com o pensamento da presença de Deus e também com a luta sem temor. E quanto às tentações exteriores, evitar as ocasiões. Geralmente existem sete maneiras principais. Vigiar os sentidos, evitar as ocasiões, evitar a ociosidade, afastar rapidamente as tentações, evitar todas as amizades particulares,  ter o espírito da mortificação, revelar todas as tentações ao confessor. Além disso existem cinco meios de garantir a virtude: a humildade, o espírito de oração, a preservação da modéstia, a fidelidade à Regra, a sincera devoção à Santíssima Virgem Maria.

Do voto de Obediência
O voto de obediência é superior aos dois primeiros, porque ele propriamente constitui um holocausto, e é o mais necessário, porque constrói e vivifica todo organismo da vida religiosa.
P. A que obriga o voto da obediência?
R. O religioso, através do voto de obediência, promete a Deus que obedecerá aos legítimos superiores em tudo que lhe ordenarem de acordo com as Regras. O voto de obediência torma o religioso dependendo do superior em virtude  das Regras. O religioso comete pecado grave contra o voto, em virtude da obediência ou das Regras.

Da virtude de Obediência
A virtude de obediência eleva-se acima do voto e abrange as Regras, os regulamentos, até mesmo os conselhos dos superiores.
P. A virtude da obediência é indispensável ao religioso?
R. A virtude da obediência é tão necessária ao religioso que, mesmo que faça o bem, mas contra a obediência, (os seus atos) tornam-se maus, ou sem mérito.
P. Pode-se pecar gravemente quando se despreza a autoridade, ou a ordem do superior, e sempre que da desobediência decorre prejuízo espiritual ou temporal para a Congregação.
P. Que falta ameaçam o voto?
R. Preconceitos e antipatias para com o superior, murmurações, criticas, lentidão e negligências.

Graus da Obediência
Execução pronta e plena. - Obediência da vontade, quando a vontade leva a mente a submeter-se ao juízo do superior. Santo Inácio apresenta além disso três meios que facilitam a obediência. No superior, quem quer que ele seja, ver sempre a Deus; justificar diante de si mesmo a ordem ou a opinião do superior;aceitar toda ordem como se fosse de Deus, sem discutir ou analisar . E o meio geral é a humildade. Não há coisas difíceis para humilde.

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