Caderno I - Pagina 22 Entrada no Convento

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Aos dezoito anos, fiz um insistente pedido aos meus pais para que me deixassem entrar no convento; a recusa foi decisiva. Depois dessa recusa, voltei-me às vaidades da vida, passei a viver uma vida de vaidades, não prestando nenhuma atenção à voz da Graça, embora minha alma não encontrasse satisfação em nada disso (4). O contínuo chamado da Graça era para mim um grande sofrimento que eu procurava abafar com diversões. Evitava interiormente a Deus, voltando-me com toda a alma para as criaturas. Contudo, a graça do Senhor venceu na minha alma.

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Numa ocasião, eu estava com uma de minhas irmãs num baile. Quando todos se divertiam a valer, a minha alma sentia (tormentos) interiores. No momento em que comecei a dançar, de repente, vi Jesus a meu lado, Jesus sofredor, despojado de suas vestes, todo coberto de chagas e que me disse estas palavras: Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu me desiludirás? Neste momento, parou a música encantadora, não vi mais as pessoas que comigo estavam, somente Jesus e eu ali permanecíamos. Sentei-me ao lado de minha irmã, disfarçando com uma dor de cabeça aquilo o que se passava comigo. Em seguida, deixei disfarçadamente os companheiros e minha irmã e fui à catedral de Santo Estanislau Kotska. Já começava a entardecer, havia poucas pessoas na catedral. Sem prestar muita (atenção) a nada do que ocorria à minha volta, caí de bruços diante do Santissimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer a seguir, ouvi estas palavras: Vai imediatamente a Varsóvia, e lá entrarás no convento.

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